Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa
Do Plano Diretor
De acordo com os princípios que nortearam a elaboração do Plano Diretor, os edifícios de grande porte, destinados ao Departamento de Engenharia Civil e aos Cursos de Pós-graduação, foram localizados na periferia Poente do recinto, ao longo da Rua Alves Redol, onde, aliás, já se situava o imóvel do Complexo Interdisciplinar com expressão arquitetónica própria e diferente da do existente.
A criação destes dois novos edifícios punha problemas de difícil solução porquanto os programas a que havia que dar satisfação lhes atribuíam dimensão que, inevitavelmente, os impunha como novo conjunto com características próprias e presença concordante, sendo, também, de referir as dificuldades inerentes à necessidade de integrar no conjunto o citado edifício do Complexo Interdisciplinar.
Face a estas circunstâncias optou-se por:
– Desenvolvê-los a um e outro lado da grande escadaria que, deste lado, dá acesso ao IST, mantendo esta como elemento importante que é relativamente às perspetivas a partir da Av. João Crisóstomo.
– Conseguir uma expressão arquitetónica, traduzida através do arranjo comum dado às suas fachadas, que marcasse neste extremo do recinto a presença de um novo conjunto diferenciado do inicial, nele integrando o edifício existente do Complexo Interdisciplinar.
– Consegui-lo sem ultrapassar a altura do Pavilhão Central, como forma de não interferir com as perspetivas do conjunto inicial do IST a partir, não só do lado da sua Alameda Central mas também das que se desfrutam desde os miradouros da Fonte Monumental, situada no extremo oposto da Alameda Afonso Henriques.
– Finalmente, implantá-los de forma a manter o muro e vedação do recinto, elemento a que se atribuem características, de certo modo, emblemáticas, sobretudo para quem circule nas artérias envolventes.
Do Projeto
A solução proposta neste projeto para as novas instalações do Departamento de Engenharia Civil apoia-se na seguinte conceção volumétrica:
Estabelecimento de um piso (Piso 0) abrangendo a maior par te do terreno disponível, sensivelmente nivelado pelo arruamento que margina o Pavilhão Central pelo seu lado Poente, piso este em que a área de terraços exteriores representa uma percentagem significativa da total;
Criação acima do Piso 0 de dois corpos da edificação, paralelos, desenvolvendo-se no sentido Norte-Sul, e definindo um espaço intercalar funcionando como um grande vestíbulo central com características mistas interior-exterior, na medida em que apresentará grande “Transparência”, consequente das superfícies envidraçadas que na cobertura, nos topos e ao nível do Piso O o interligarão visualmente com os espaços exteriores;
Ocupação intensa abaixo do Piso 0, com desenvolvimento conjugado com o plano marginal da Rua Alves Redol.
A esta concepção volumétrica corresponderá uma distribuição de serviços conjugada com as características dos espaços dela consequentes.
Os corpos elevados, dispondo de quatro grandes superfícies de fachada (duas exteriores e duas parcialmente interiores e parcialmente exteriores), serão ocupados por aulas diversas, instalações das oito secções e dos núcleos/centros de investigação e por laboratórios leves de pequeno pé-direito tanto afetos ao ensino como à investigação.
O Piso O, como piso de entrada principal e piso vestibular, será ocupado por serviços diretivos e administrativos, pelo museu e pelo bufete, nas áreas mais próximas da entrada, e terá, nas mais afastadas, um prolongamento das aulas dos pisos superiores.
Os pisos inferiores terão ocupações muito diferenciadas que abrangerão desde uma extensão das áreas de ensino – aulas e anfiteatros – até armazéns, oficinas, e serviços exigindo instalações muito especializadas, como sejam centros de cálculo, de audiovisuais e de documentação e informação e, como componente importante, os labora tórios pesados; inferiormente disporá de um piso reservado a estacionamento de viaturas.
Dono de Obra:
Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa
Localização:
Alameda Afonso Henriques
Lisboa
Área de Construção:
30.000m²
Projeto:
1985/1989
Valor da Obra:
22.500.000€ (valor atualizado – 2008)
Conclusão:
1994
Programa:
Projeto Geral de um novo edifício para o Departamento de Engenharia Civil, desenvolvido de acordo com as diretivas traçadas no Plano Diretor. Edifício destinado a alojar instalações extremamente diversificadas, abrangendo desde simples salas de aula a laboratórios de investigação, laboratórios de ensino, centros informático e de documentação, sete anfiteatros com lotações variando entre noventa e trezentos lugares, núcleos de investigação científica, etc..
Equipa:
Arquitetura
– António Pedro Batista Pardal Monteiro – Arquitecto
– Manuel Cottinelli Telmo Pardal Monteiro – Arquitecto
– João Cottinelli Telmo Pardal Monteiro – Arquitecto
– Jorge Mealha – Arquitecto
– Paulo Vasco Silva Antunes – Arquitecto
– Amadeu Lourenço
– Rodrigo Moutinho
Fundações e Estrutura
– João Moralha – Engenheiro
– Carlos Martins – Engenheiro
Instalações e Equipamentos Mecânicos
– José Duque – Engenheiro
Instalação e Equipamentos de Águas e Esgotos
– Azevedo Coutinho – Engenheiro
Instalação e Equipamentos Elétricos e Telecomunicações
– Lazaro Vasquez – Engenheiro