Data do final dos anos setenta a formulação de um programa oficial de remodelação e ampliação das instalações do Instituto Superior Técnico, programa este que norteou a elaboração de um Plano Director, no qual, e com os ajustamentos que o tempo entretanto decorrido lhe foi introduzindo, serviu de apoio à concepção de novas instalações, entre as quais se referem, pela sua importância e volume, o Pavilhão de Engenharia Civil, entretanto quase concluído, e o destinado a Escola de Pós-graduação, este em fase de arranque.
O edifício “Bloco Norte” a que nos referimos, é localizado entre os primitivos Pavilhões de Electricidade e de Mecânica, tal como constava do mencionado Plano conjuntamente com construção idêntica a implantar entre os de Química e de Minas. Foi essa concepção que aqui se retomou, com alguns ajustamentos.
O Plano Director de Remodelação e Ampliação das Instalações do Instituto teve subjacente um partido estético que, sucintamente, se pode caracterizar pela intenção de manter a traça inicial fundamentalmente no respeitante aos espaços e edifícios situados entre o Pavilhão Central e o início da Alameda de Afonso Henriques, reservando para novas construções a faixa que se desenvolve entre este pavilhão e a Rua Alves Redol, até porque aí já se situa, de há longa data, o edifício, arquitectónicamente diferenciado, do Complexo Interdisciplinar.
Por esta razão, as intervenções projectadas e executadas a Nascente do Pavilhão Central, foram concebidas em moldes que não perturbassem as perspectivas resultantes da concepção inicial, com especial incidência para as que se relacionam com a grande Alameda Central.
A presente construção, que não poderá ser dissociada da outra com mesma expressão e volume entre os Pavilhões de Química e de Minas, insere-se, precisamente nos espaços que se pretendem salvaguardar.
Aliás como já tinha sido equacionado quando da elaboração do Plano Director, concebeu-se que estes edifícios seriam formados por um corpo inferior, situado entre as construções existentes e com elas arquitectonicamente harmonizados, e por outro superior, bem destacado do conjunto de base, formalmente extremamente simples e revestido com vidro, preferencialmente espelhado, para nele se reflectirem o céu e as construções iniciais que, deste modo resultariam, de certo modo, valorizadas.
O corpo inferior, ao preencher o espaço mediando entre os actuais pavilhões, elimina os pátios aí existentes, aliás ocupados anteriormente com construções provisórias.
Sob os aspectos formal e estrutural, o edifício é formado por dois corpos distintos:
– Um, inferior, com três pisos, ocupando o espaço que medeia entre os Pavilhões de Electrotecnia e de Mecânica;
– Outro, superior, de formato quadrangular, com oito pisos, desenvolvendo-se acima daqueles pavilhões, constituído por um núcleo central, onde se localizam as circulações verticais (escadas e ascensores), “courettes” e instalações sanitárias, rodeado pelos espaços de trabalho.
O CORPO INFERIOR foi reservado para os grandes espaços de utilização comum, tais como entradas, vestíbulos, anfiteatros, serviços directivos e administrativos, biblioteca, etc.
O CORPO SUPERIOR, é constituído por oito pisos (Pisos 4 a 11) definindo-se como peça arquitectónicamente diferenciada da base constituída pelo Corpo Inferior, o qual, por sua vez, estabelecerá, sob o aspecto plástico, a necessária interligação com os pavilhões existentes.
Estruturalmente, é formado pelo núcleo central resistente, de betão armado, em que se apoiarão, ao nível dos Piso 4 e 9, conjuntos de grandes vigas metálicas, com altura correspondente ao andar, conjuntos estes em que, por sua vez, se apoiarão os restantes andares.
Dono de Obra:
Instituto Superior Técnico
Universidade Técnica de Lisboa
Localização:
Campus Alameda
Lisboa
Área de Construção:
10.000m²
Projecto:
1993
Conclusão da Obra:
1995
Programa:
Projecto Geral de um edifício destinado a investigação e ensino, a construir no recinto do IST, entre os Pavilhões de Electrotecnia e de Mecânica, englobando instalações diversas tais como quatro anfiteatros, salas de aula, laboratórios de ensino e investigação, gabinetes, institutos de investigação, etc.
Equipa:
Arquitectura
– Manuel Cottinelli Telmo Pardal Monteiro – Arquitecto
– João Cottinelli Telmo Pardal Monteiro – Arquitecto
– António Pedro Batista Pardal Monteiro – Arquitecto
– Paulo Vasco Silva Antunes – Arquitecto
– Amadeu Lourenço
– Rodrigo Moutinho
Fundações e Estrutura
– Paulo Reis – Engenheiro
Instalações e Equipamentos Mecânicos
– GPF – Grupo Português de Frio
Instalação e Equipamentos de Águas e Esgotos
– Grade Ribeiro – Engenheiro
Instalação e Equipamentos Eléctricos e telecomunicações
– GPF – Grupo Português de Frio